Piracicaba, 24 – Apesar da maior oferta brasileira, as exportações de mamão recuaram na parcial deste ano. Entre janeiro e maio, o volume exportado foi de 18 mil toneladas, queda de 8% frente ao mesmo período de 2019, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Já a receita foi de US$ 17 milhões (FOB), valor 19% inferior na mesma comparação.
Essa queda do embarque brasileiro começou em meados de março e se estende até então, em decorrência da suspensão de voos internacionais – como forma de conter a propagação da covid-19 – e do encarecimento do frete de aviões cargueiros, um dos poucos que ainda opera.
Assim, para mitigar problemas, os embarques marítimos foram retomados e cresceram 133% na parcial do ano. Segundo agentes consultados pelo Hortifruti/Cepea, esse aumento dos envios marítimos poderia ser ainda maior se não fossem a alta perecibilidade do mamão e a grande demanda dos portos (com alguns, inclusive, sobrecarregados).
DESTINOS – Na parcial do ano (janeiro a maio), a União Europeia permaneceu como o principal destino do mamão brasileiro, consumindo cerca de 89% das exportações, segundo a Secex. No entanto, o volume embarcado se reduziu, especialmente para Portugal (-23% frente ao mesmo período do ano passado), Itália (-17%), Reino Unido (-16%) e Espanha (-7%). Alguns países ainda tiveram boas compras, é o caso da França (+2%), Holanda (+5%) e, principalmente, Alemanha (+19).
PREVISÃO – Para o inverno, espera-se que o volume de mamão brasileiro exportado se mantenha limitado, por conta das restrições do espaço aéreo, da menor oferta nacional (as baixas temperaturas estão atrasando a maturação) e da maior colheita de frutas europeias durante o verão do hemisfério Norte (que estarão com preços mais competitivos).
Vale ressaltar ainda que a maior amplitude térmica, característica do inverno, juntamente com o clima mais seco e a maior pressão de ácaros nas regiões produtoras, podem aumentar a incidência de manchas fisiológicas no mamão, diminuindo a quantidade de frutas com padrão adequado para exportação.
Fonte: hfbrasil.org.br e Secex