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Piracicaba, 5 - O mês de novembro trouxe um paradoxo marcante aos produtores de manga. Por um lado, as condições climáticas favoráveis nos últimos meses, como clima quente e chuva adequada, sobretudo no período de floradas, contribuíram para menores gastos com a produção, já que a necessidade de manutenção dos tratos culturais e o controle fitossanitário foi menor para a época. Por outro lado, este cenário esteve longe de representar um alívio aos mangicultores. Isso porque, desde setembro, as cotações da manga vêm permeando um caminho de queda, como reflexo da oferta abundante no mercado doméstico e da acirrada concorrência no exterior. Essa combinação de fatores dificultou a diluição dos custos de produção, embora baixos, e impactou negativamente na receita dos produtores de todas as regiões do semiárido em novembro. De fato, em relação ao cultivo da palmer no Vale do São Francisco (PE/BA), os custos fecharam a R$ 1,00/kg, relativamente estáveis em comparação ao mês anterior (-2%). Contudo, a rentabilidade média dos produtores ficou em R$ 0,52/kg, ou seja, bem abaixo dos custos de produção ou um decréscimo de 425% no mesmo comparativo, representando, assim, um balanço de rentabilidade negativo em novembro. Este cenário também se refletiu em outras praças, como Livramento de Nossa Senhora (BA) e Norte de Minas, que também registraram queda de rentabilidade de 129% e 110%, respectivamente. Para os próximos meses, devido às chuvas acima da média no semiárido as perspectivas são de que os custos com manejo e tratos culturais aumentem, como aqueles relacionados ao controle das doenças fúngicas. Nesse sentido, caso a mudança não seja acompanhada de uma melhora nos preços, as dificuldades com a rentabilidade podem vir a se intensificar ainda mais.
Fonte: Hfbrasil.org.br
