Piracicaba, 04 – Apesar da dificuldade inicial nas negociações internacionais, tendo em vista a pandemia do novo coronavírus, exportadores brasileiros de melão relataram melhor andamento das atividades em meados de maio. Assim, parte do plantio para a campanha 2020/21 deve se iniciar neste mês no Rio Grande do Norte/Ceará, com a colheita prevista entre agosto e setembro – período no qual se encerra a safra europeia, em especial a espanhola, abrindo espaço para o Brasil.
De acordo com colaboradores do Hortifruti/Cepea, pode ocorrer recuo de área, ainda não quantificado, nesta safra, por conta do mercado doméstico, que está com fraca comercialização e preços cada vez menos interessantes aos produtores. Para se ter ideia, a cotação média de maio fechou a R$ 27,21/cx de 13 kg para o melão amarelo vendido no RN/CE, desvalorização de 14% frente a abril e de 26% em relação a maio de 2019 – período no qual, geralmente, os preços são firmes, em decorrência da menor disponibilidade nacional, já que apenas o Vale do São Francisco (BA/PE) oferta.
Quanto às exportações brasileiras de melão, ainda existem incertezas, mas há indícios de que podem ser positivas. Na Europa, principal compradora, muitos países dão sinais de retomada gradual de suas atividades comerciais, o que pode significar retomada do consumo.
Além disso, a oferta do melão está restrita no local, inicialmente devido às dificuldades nos embarques dos países da América Central e, posteriormente, aos problemas climáticos enfrentados na safra da Espanha e às limitações de mão de obra, que resultaram em menores área e volume colhido. O elevado valor do dólar e do euro frente ao Real também pode favorecer os embarques ao exterior, devido aos retornos bastante atrativos aos exportadores.
Fonte: hfbrasil.org.br