Piracicaba, 14 – As exportações de melão brasileiro reduziram nos dois primeiros meses de 2018, sendo que o volume embarcado diminuiu significativamente em fevereiro. Segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea, o cenário é comum para o período, devido ao inverno no Hemisfério Norte, que afeta o consumo dos maiores compradores da fruta brasileira: a Europa.
Além da demanda enfraquecida na União Europeia, a produção brasileira passou por problemas relacionados ao clima nas principais regiões produtoras em fevereiro. A maior umidade, por exemplo, impactou o volume produzido e a qualidade daqueles com pouco ou limitado investimento aos cuidados preventivos.
Com isso, apenas 20,1 mil toneladas de melão foram exportadas em fevereiro, volume quase 30% menor frente ao mês anterior. No geral, os envios da parcial da safra 2017/18 (agosto a fevereiro) foram levemente inferiores (-1%) aos da temporada 2016/17, devido aos entraves que a seca proporcionou na produtividade no Rio Grande do Norte/Ceará – onde se concentra a produção para o mercado externo.
A entrada de outros países produtores de melão no mercado também refletiu em diminuição dos envios. Os primeiros foram Costa Rica e Honduras e, para este mês, mais países devem começar a exportar. A Espanha, principalmente, afeta as exportações brasileiras devido à grande produção e à proximidade com os países consumidores europeus – assim, a safra do Brasil se encerra antes da entrada espanhola no mercado internacional.
Em decorrência desta competição, inclusive, alguns países europeus ainda resistem ao possível acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia. O diálogo entre os blocos começou há 20 anos, mas ainda não se encerrou, tendo em vista os possíveis efeitos negativos nos principais países produtores europeus.
Apesar de a França ser o país que mais se opõe, a entrada facilitada de frutas sul-americanas no bloco pode pressionar os retornos financeiros da Espanha, principal fornecedor de melões na Europa. Agentes espanhóis ainda relataram preocupação quanto ao ânimo dos produtores, pois os concorrentes de fora da União Europeia (como o Marrocos), já vêm afetando a sua melonicultura, que está sendo abandonada lentamente.
Fonte: hfbrasil.org.br, Secex e Fresh Plaza