Piracicaba, 29 – A safra 2023/24 de melão e melancia começou em agosto de 2023 com expectativas mais positivas em comparação com a temporada anterior, tanto produtivas quanto comerciais. A temporada deve se finalizar em abril de 2024.
Do lado da produção, a safra 2022/23 foi bastante desafiadora, considerando que o clima foi mais chuvoso, já que o Brasil estava sob o efeito da La Niña, que costuma causar mais chuvas no Nordeste. Na temporada atual, o cenário é justamente o oposto, com atuação do El Niño (e, portanto, menos chuvas nas praças produtoras de melão e de melancia) e clima favorável à produção. Até o momento, as lavouras estão atingindo boas produtividade e qualidade, além de um bom controle fitossanitário – apesar de casos de oídio e mosca-minadora. Estes fatores também devem resultar em menor custo de produção, dadas as menores aplicações de defensivos, queda no valor dos fertilizantes e das embalagens e, principalmente, diminuição dos preços do frete marítimo, que foi um dos grandes entraves de 2022/23.
Já quanto às questões comerciais, as últimas safras vêm sendo difíceis no que diz respeito aos contratos, que estão sendo fechados com atraso. Isso não mudou em 2023/24, quando, até meados de junho, apenas uma pequena parcela dos contratos havia sido fechada, dificultando o planejamento dos plantios, principalmente para os primeiros meses de embarques. Porém, o cenário se regularizou no correr dos meses, e espera-se boa rentabilidade nos envios de melão e melancia, já que os custos caíram e os preços, em dólar, estão um pouco maiores.
Outro fator que está favorecendo a temporada brasileira é a baixa oferta europeia. A Espanha, principal país produtor de melões e melancias no continente, enfrentou dificuldades de produção devido às altas temperaturas, cenário que favoreceu os envios brasileiros de melancias até mesmo durante o período de entressafra: de abril a julho de 2023, o Brasil enviou 9,7 mil toneladas da fruta (alta de 102,4% no período), e o melhor desempenho da história considerando-se o período de entressafra. No caso do melão, o volume não bateu o recorde da entressafra do ano passado, mas ainda assim, ficou em um bom nível: 16,1 mil toneladas, o segundo maior da história para este período. Inclusive, no primeiro semestre de 2023, o Brasil ultrapassou a Espanha e assumiu o posto de principal fornecedor de melão à União Europeia.
As boas expectativas para a temporada 2023/24 brasileira também estão fundamentadas na boa procura pelo melão e pela melancia nacional. A queda na produção da Espanha, tanto por problemas climáticos (principalmente seca, mas chuvas também atrasaram o plantio em alguns momentos) e redução de área, levou a um aumento da demanda por melões de outras origens, como o Brasil.
Para saber mais sobre as exportações brasileiras de outras culturas, leia a matéria de capa da edição de novembro da revista Hortifruti Brasil.
Fonte: hfbrasil.org.br