Diante da recente crise, novos caminhos precisaram ser trilhados por citricultores paulistas, e decisões futuras vão depender da atual situação econômica da propriedade. Visando analisar os custos e a rentabilidade da atividade citrícola entre o período pré-crise (safra 2011/12) e pós-crise (2014/15), a Hortifruti Brasil escolheu três propriedades que representam especialmente os citricultores de pequeno e médio portes, que foram os mais prejudicados pela crise. Abaixo, veja a descrição do comportamento de cada citricultor em decorrência da crise:
Fazenda 1:
Tomada de decisão durante a crise: Redução da área citrícola e dos tratos culturais.
Como foi a gestão de custos entre 2012 e 2015? Aumento na aplicação de defensivos devido ao maior número de pulverizações para o HLB (greening) e outras doenças e pragas, e aumento nos custos com erradicações. O menor investimento em adubação, por sua vez, resultou em queda na produtividade média. Com isso, o produtor teve que recorrer a financiamento para completar o caixa da fazenda, e parte das dívidas foi quitada por meio de receitas advindas de outras atividades agrícolas.
Viabilidade futura: Apesar da redução de mais da metade da área de citros, o custo fixo desta propriedade aumentou, já que o produtor não conseguiu se desfazer de todo o patrimônio da atividade. Além disso, o corte de insumos comprometeu a produtividade, limitando uma redução nos custos de produção. Este citricultor acredita que não há condições de se manter na atividade e deve, aos poucos, excluir toda a produção.
Fazenda 2:
Tomada de decisão durante a crise: Captação de financiamentos de bancos para completar o caixa da fazenda.
Como foi a gestão de custos entre 2012 e 2015? Redução da área de produção com laranja, alterações no manejo e captação de financiamentos. Esta propriedade ainda não conseguiu quitar todas as dívidas e está com dificuldade de conseguir mais capital para investir na cultura. Os gastos com a mão de obra e despesas gerais subiram, bem como o custo com o manejo da cultura, devido à maior incidência de HLB (greening) e às erradicações.
Viabilidade futura: Este produtor ainda quer se manter na atividade, por falta de alternativas na região. No entanto, a saída encontrada para quitar as dívidas e recuperar a capacidade de investimento foi vender parte do patrimônio.
Fazenda 3:
Tomada de decisão durante a crise: O produtor expandiu a produção de laranja no período de crise com a receita de outras culturas.
Como foi a gestão de custos entre 2012 e 2015? Por não depender exclusivamente da laranja, este produtor utilizou a receita de outras culturas para ampliar os investimentos na citricultura. A produtividade entre as safras 2011/12 e 2014/15 aumentou, e por isso, o custo de produção por caixa foi menor na temporada 2014/15.
Viabilidade futura: O produtor, por trabalhar com outras culturas, conseguiu ampliar sua produção citrícola em momentos difíceis do setor e pode recuperar, nos próximos anos, boa parte dos seus investimentos. Além disso, a baixa incidência de HLB (greening) na região minimiza problemas de custo e favorece a produtividade.
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Fonte: Hortifruti/Cepea