Piracicaba, 12 – A colheita de uva do Rio Grande do Sul se encerrou no final de fevereiro – em janeiro, recorrentes chuvas atingiram algumas regiões produtoras, o que dificultou a atividade e a comercialização naquele período. No norte do estado, a safra foi iniciada em novembro. Já para os produtores da região serrana, em decorrência da antecipação da maturação, em cerca de 20 dias, a atividade se iniciou no fim de dezembro.
Como o volume de precipitações foi elevado apenas em janeiro, a boa qualidade dos frutos animou produtores – a safra foi favorecida pela melhor sanidade, devido às menores precipitações na temporada e temperaturas noturnas mais baixas na primavera, fator que dificultou o ataque de pragas e doenças. Mesmo neste cenário, produtores estão receosos quanto aos pagamentos, já que as cantinas dependem da comercialização dos produtos em estoque de 2017 para realizar os acertos.
Volume de produção no Rio Grande do Sul – A produção total deve ficar em torno de 720 mil toneladas, cerca de 20% menor frente à passada, mas dentro da média para a região, de acordo com a Emater. Do total produzido nesta safra, segundo estimativa do Ibravin, cerca de 600 mil toneladas devem ser destinadas à fabricação de vinhos, sucos e outros derivados. A estimativa inicial apontava safra menor em decorrência da baixa quantidade de horas de frio (abaixo de 7,2°C) no inverno de 2017 e da superprodução na safra passada.
Mercado in natura – A boa qualidade dos frutos nesta safra impactou, também, o mercado de outros estados. Com a melhor qualidade das uvas, um maior volume foi destinado ao mercado in natura, inclusive no estado de São Paulo, segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea. Assim, as cotações em São Miguel Arcanjo (SP), em fevereiro, ficaram pressionadas, devido ao aumento da oferta nos atacados paulistas e aos preços das uvas provenientes do Sul em patamares mais baixos que os da região produtora paulista.
Segundo dados da Emater, na segunda quinzena de janeiro, as uvas americanas e híbridas para consumo in natura foram comercializadas entre R$ 1,50/kg e R$ 1,80/kg na região serrana gaúcha. Já a média de preços da uva niagara na praça paulista de São Miguel, em fevereiro, foi de R$ 2,53/kg, de acordo com o levantamento do Hortifruti/Cepea.
Fonte: hfbrasil.org.br