Piracicaba, 26 – Ainda que a demanda interna por uvas esteja restrita durante a pandemia de coronavírus, o mercado externo tem sido bastante positivo. Neste cenário, os preços da fruta estão em alta no Vale do São Francisco (PE/BA), já que produtores locais têm priorizado os envios internacionais, bastante favoráveis diante da atual taxa de câmbio. A demanda externa aquecida só não é melhor aproveitada por conta dos impactos negativos das chuvas, do primeiro trimestre de 2020, na qualidade das bagas.
Até meados de março, os envios tiveram como principal destino os Estados Unidos; a partir de abril, os embarques à Europa também aumentaram em participação. A previsão é de vendas externas aquecidas pelo menos até junho/20, mês em que usualmente se fecha a janela de exportação brasileira. Vale ressaltar, no entanto, que neste ano os envios não estão seguindo o calendário habitual: as exportações tiveram início antecipado, por problemas registrados no Chile, e podem se encerrar depois, devido à falta de abastecimento na Europa.
IMPORTAÇÕES – Ao mesmo tempo, as importações estão desaquecidas neste ano. Segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), até abril foram importadas 5,4 mil toneladas de uvas (-48% frente ao mesmo período do ano passado), o equivalente a US$ 7,7 milhões (-50%) – sendo a menor quantidade importada desde 2004 para este período.
Além do mercado interno desaquecido, destaca-se que os principais abastecedores do Brasil são Argentina e Chile, países que também estão tentando aproveitar a taxa de câmbio favorável, enviando suas frutas à União Europeia. Assim, caso as condições atuais continuem, espera-se que a balança comercial da uva, no primeiro semestre, repita o cenário registrado em 2019, fechando positiva no período.
Fonte: hfbrasil.org.br e Secex