Piracicaba, 05 – Com o início dos envios previsto para este mês, o volume exportado de uvas do Peru deve ser 7% maior neste ano, de acordo com o relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Desta forma, é prevista uma recuperação frente à safra anterior, comprometida pelos efeitos do El Niño costeiro. Apesar do fenômeno também ser esperado para este ano, a expectativa é de que seus efeitos sejam mais amenos frente a 2017, nas principais regiões produtoras de Ica e Piura – as quais carregam, respectivamente, 41% e 22% da viticultura do país, de acordo com o portal The Packer.
Com recuperações de produtividade, área plantada e qualidade, a expectativa, conforme o USDA, é de que as exportações peruanas cheguem a 385 mil toneladas. No ano passado, 33% do volume foi destinado ao mercado estadunidense, padrão que deve se repetir neste. Com isso, a uva peruana, que normalmente compete com o Brasil nos mercados dos Estados Unidos e Europa, pode atrapalhar ainda mais as exportações brasileiras neste ano – ainda que, no segundo semestre, o Brasil tenha como principal foco a União Europeia, enquanto o Peru tem os Estados Unidos. Vale lembrar que a uva peruana não sofre com as altas taxas tarifárias para entrada no continente europeu, como as uvas brasileiras. Além disso, os volumes de produção e exportação do Peru são bem maiores que os do Brasil.
Outro fator que torna o país vizinho ainda mais competitivo no setor é a condição climática favorável à viticultura: na Costa Seca do Peru, onde se concentram as principais regiões produtoras, há cerca de 12 horas diárias de sol e as temperaturas noturnas são mais amenas. Combinada à alta tecnificação e uso intensivo da irrigação, a safra do Peru tem se iniciado cada vez mais cedo, pressionando a janela das exportações nacionais.
Fonte: hfbrasil.org.br