Piracicaba, 12 – Um temporal, acompanhado de chuva de granizo, atingiu a Serra Gaúcha na quarta-feira retrasada (31/10), e comprometeu drasticamente a produção de uvas na região. De acordo com o Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho), os prejuízos foram estimados em R$ 300 milhões e comprometeram pelo menos 70% da safra de uva indústria. Alguns agricultores acreditam que os danos aos parreirais também prejudicarão a safra 2019/20. De acordo com dados do Inmet, os ventos chegaram a 90 km/h em alguns municípios.
Segundo viticultores da região, o seguro não deve cobrir a totalidade das perdas produtivas desta safra, principalmente aos parreirais que ainda estavam em período de desenvolvimento dos cachos. Desta forma, a retomada para a próxima safra deve ser dificultada – e uma queda de área na vitivinicultura do Rio Grande do Sul pode ocorrer em 2019.
Dentre os municípios afetados estão Bento Gonçalves (RS), que corresponde a cerca de 85% da produção vitícola do estado, além de Nova Pádua – que declarou estado de emergência –, Nova Roma do Sul e Flores da Cunha. De acordo com o relatório da Emater gaúcha, cerca de 13 mil hectares foram atingidos – totalizando um terço da área produtiva do RS, comprometendo variedades tardias (que estavam em plena florada) e outras variedades, em frutificação. Além dos prejuízos na viticultura, outras culturas também foram afetadas, como a cebola e as frutas de caroço.
Ainda de acordo com a Emater, produtores deverão investir na atividade de repoda das áreas que não foram totalmente destruídas e fortalecer a adubação nitrogenada, além dos tratos fitossanitários, que deverão se prolongar até o próximo outono. Com o aumento da demanda por fungicidas, produtores já sentem dificuldade na aquisição do produto. Neste cenário, a rentabilidade da região deve ser severamente afetada.
Foto: Douglas Pasuch/Divulgação - Pioneiro Clicrbs
Fonte: hfbrasil.org.br, Ibravin, Inmet e Emater